15.12.08

Toda bruxa tece



Cá para nós: nem todo mundo que tece é bruxa mas, se é bruxa, pode contar que tece.

Isso vale para homens também. Entretanto, homens não são a minha especialidade, confesso. Me atraem seres lunares, complexos, misteriosos, quase indecifráveis. Os homens me parecem, em sua massacrante maioria, desinteressantes. Abusam dos atributos solares e acham isso bonito. Alegam não entenderem as mulheres. Então, tá. Também não os compreendo. Os motivos são diferentes, mas acaba dando no mesmo.

Para quem entende ou não de tessituras, vou contar um pouco das minhas. Desde que me entendo por gente me cercam fios e laços. Há quem não ligue para isso. Para mim todos foram e continuam sendo muito importantes. Tão logo percebo um fio vou eu lá encontrar o sentido, desenrolá-lo, buscar sua melhor aplicação e possibilidades. Essa mania por vezes prejudicou o meu próprio desempenho mas facilitou o aprendizado. Hoje gosto de todos eles: os que mantenho, com maior ou menor destaque, assim como os que precisei cortar. Uns corto e pronto. Chega! Outros são cortados por prudência, para melhor aproveitamento em momento mais oportuno.

Quando inicio uma peça não sei como vai parecer ao final. Tenho prazer em testar cores e texturas. Mistura-las, entretecê-las. Sempre uma surpresa quando as retiro do tear. Há vezes que sei para quem as criei. Outras não. Nem ligo: o objeto procura o dono, dizem e repetem os antigos. Para facilitar o caminho das peças aqui as mostro. Se você for o dono ou a dona poderá mais facilmente encontrá-la.

Para assinar minhas peças em tear encontrei um nome bem explicativo para os menos avisados: Bruxa Kitéss. Fácil,não? Para ficar ainda mais chique usei acento e uma letra de alfabeto estrangeiro, mas fui derrotada pela recente inclusão do K no nosso alfabeto. Acho letras dobradas o máximo da elegância. Dobrei os esses. Por enquanto assino assim. Depois resolvo se coloco um sobrenome com ipsilones e dabliús, ou se mudo tudo. O bom de ser bruxa é que a gente dá a forma que bem entende.

Converse comigo!
Hoje ainda não tem fotos. Haverá em breve.

Beijos da

Bruxa Kitéss

3 comentários:

  1. Prezada Kitéss,
    Lendo seu artigo me descobri um pouco bruxo. Sei lá o que teço ou como teço. Só sei que no fim o que foi tecido aparece.
    E foi assim que li seu texto; acompanhando maravilhado os caminhos intrincados do fio que vc usou ao tecer sua apresentação.
    Serei um assíduo visitador de seu tear... Espero que não lhe cause espanto e por isso lhe provoque meu corte repentino, já que estou em minha fase solar...

    A verdade de cada bruxa é eternizada nas curvas que o fio dá, tecendo cada milímetro da história que vai sendo criada. E mesmo passando muito tempo a história estará lá; para quem quiser (e souber) ler...
    Votos de muito sucesso em seu Blog.

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  2. Querida bruxa kitéss,

    Não teço, mas sei observar uma boa urdidura. E pelas minhas conjecturas esse blog vai longe...

    Gosto mesmo é do caldeirão. Da panela. Do que ferve, borbulha, esquenta e queima. Do que transborda, respinga e fumaceia.

    É na cozinha que minha bruxa se expressa. Mistura ingredientes, temperos, cheiros e encanta com sabores.

    Com uma colher de pau na mão, ninguém me segura. Me sinto poderosa.
    Novelos, só os da minha vida já me bastam. Todos bem enrolados e com vários nós.

    Seus trabalhos são muito lindos, já tive a oportunidade de sentir na pele.

    Fico no aguardo das fotos.

    bjs,

    da bruxa que ferve

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  3. Você tece pra caramba, só que os fis nao são pegaveis. Beijocas, e cuide bem da sua colcha.

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