28.2.09

Antropo-demorfismo

Cada um com sua mania e eu tenho várias. Me livrei do TOC mas recaí na implicância irreversível com a arrogância humana latu sensu.

O título do post soa pretencioso. Não mais que a atitude humana em dotar objetos, vegetais e animais de feições e trejeitos humanos. A antropomorfismo é coisa tão antiga quanto a humanidade. Já era tempo de termos mudado o padrão.

Jamais deixei um morango, um tomate ou uma cenoura de pernas compridas e olhinhos faceiros no baú de brinquedos da minha filha. Muito menos grudados à porta da geladeira. Uma monstruosidade! Teria uma criança a maldade de comer uma cenoura ralada na salada após uma tal apresentação? Minha filha comeu toda a salada que lhe servi, sem pena. Talvez nem por isso, mas gosto de acreditar que sim.

Não alcanço a graça de um Bob Esponja. Sinto muito. Reconheço o primor com que foi feito A Bela e a Fera, mas sempre me perguntei se uma criança não se sente aterrorizada com o fato dos objetos adquirirem vida própria. No conto do Soldadinho de Chumbo e da Bailarina, e versões mais atuais, os brinquedos interagem enquanto a criança dorme. Qual é a vantagem? Porque se fazem de mortos durante o dia e não brincam também? Tem alguma coisa errada aí!

Vivemos com uma cadela há 10 anos. Aprendi muito sobre a minha própria ignorância e limitações através dela. Bicho muito paciente a Lua. Custei a descobrir que ela vinha "me incomodar", latir, chamar, porque havia comida queimando ou gente presa no elevador... coisa que meus sentidos de audição e olfato não percebem com a mesma acuidade. Antes de aprender, eu achava que ela estava pedindo comida, queria sair, brincar... Não. Queria informar. Pedia desesperadamente para que eu salvasse a panela de arroz e um desastre maior. Hoje entendo que ela monta guarda quando coloco arroz no fogo. Falta ela aprender o ponto certo de me chamar ... ou eu atender ao chamado prontamente. É uma dúvida que eu, humildemente, guardo. No atual estágio consigo salvar 3/4 do arroz.

O vídeo abaixo (do qual não recebi informação da fonte) nos mostra o quanto somos patéticos. Tenho dó dos gatos, diminuídos à dimensão e deformação humanas...


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