12.1.09

Rosas, pães e pássaros



Estou saindo pouco, viajando muito. A poucos metros de casa tenho encontrado coisas que jamais vira. Encontrei uma roseira comunitária numa rua aqui perto. Muito bem cuidada. Alta, viçosa, bem apoiada, coberta de flores. Imagino que na maioria das cidades uma roseira de esquina, do lado de fora do muro, em plena calçada, não teria vida longa. Que as flores, caso vingassem, seriam prematuramente cortadas, ainda em botões e estariam sangrando, fenecendo, dentro de vasos, sobre mesas, dentro de casas.

Encontrei também uma artimanha fantástica, que só pode ser coisa de bruxa. Vários pães amarrados a umas duas ou três árvores da mesma região. Logo que vi não atinei. Arte de criança escondendo merenda? Fiquei olhando os pães amarrados com elásticos brancos, dos que se colocam em cós de saias e mangas bufantes. Coisa de mulher. Costureira, certamente. Preocupa-se em alimentar pássaros e protegê-los contra a fome e ratos. Talvez acredite que ratos não subam em árvores. Será que sobem? Mulheres não entendem de ratos, nem querem. Só querem saber de pássaros, pães e rosas.

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