28.12.08

Animais x fogos de artifício

Se você tem animais de estimação e os estima vale a pena ler:

http://www.pea.org.br/informativo/pea24122008133741.htm

Fellini ensinou







No dia de hoje, em que eu fui pura preguiça, leitura e divagações, me deparei com as palavras de Fellini, um artesão, como ele gostava de dizer. Ele, que teve estilo, engenho e arte. Ele, que conseguiu expressar o universo fora e dentro de si de uma forma única, ao mesmo tempo profunda, singular e abrangente, para uma enorme legião de admiradores, deixou a lição:

"Descobri que para um criador, o que importa não é o que vagamente definimos como inspiração nem ao menos o que queira dizer, rememorar, lamentar ou contra o que deseja mostrar rebeldia. Não, o que importa é a forma de expressão. Arte é puro artesanato. Os outros podem entender artesanato como estilo, se quiserem. Estilo é o que liga memória ou lembranças pessoais, ideologia, sentimento, nostalgia e pressentimento à forma como expressamos tudo isso. Não é o que dizemos, mas como dizemos que importa. "



F Fellini






27.12.08

Um Feliz Ano Novo para todos nós, cheio de amor, harmonia, compreensão e paz.




Muitas, muitas, felicidades!...


Vamos continuar aprendendo a lição:

aceitar, admirar e amar o próximo,

seja ele um nosso semelhante
ou mesmo aqueles que





a nós, aparentemente, não se assemelham tanto assim...




2009 vai ser 10!
Nota 10 nessa lição!



26.12.08

Mil cores!


Há presentes que nos agradam e outros que nos encantam.


Há os que apenas cumprem o compromisso de data e horário e estes nós reconhecemos de estalo!


Um objeto de aplicação prática pode cumprir a tarefa a que se destina e, com sorte, até agradar aos presenteados de temperamento ou prioridades mais objetivas.


Os presentes supérfluos dão o prazer que os destinatários não se permitiriam. Em geral agradam muito.

E há os simbólicos. Nessa coluna estão os que encantam, os que são para sempre, os inesquecíveis.


Ganhei uma linda caixa de lápis de inúmeras cores e tons! Para colorir a vida, para ficar tudo mais bonito... E ficou. Posso nem usá-los como posso gastá-los até reduzi-los a mínimos toquinhos... Não importa. O presente ficará para sempre pelo simbolismo e pela emoção que carrega.

De quem me surpreendeu com o delicado presente neste fim de ano
lembrarei para sempre como aquele que se permitiu me oferecer cores.
Mil cores para você também!

Sai Arbusto, sapato fica.

Ao apagar das luzes o Arbusto, aquele que envenenou a Terra exalando o ódio e semeando a dor, se torna o coadjuvante de um ato de repúdio no qual o herói é o agressor. Tá tudo certo, foi isso mesmo que o Arbusto disseminou.

O jogo continua: sai Arbusto entra Sapato. Quem daria um tostão para ter Arbusto em sua casa? Já o Sapato...

. Um milionário saudita oferece US$ 10M pela posse dos sapatos usados no arremesso histórico.

. Um egípcio oferece a própria filha ao arremessador. Filha se declara honrada frente à possibilidade de ser aceita.

. Os mais notáveis advogados do Iraque e adjacências se unem, de boa vontade, para apresentar a defesa de al-Zeidi. Todos querem aparecer nessa boca.

. Uma sapatada que não tem como errar o alvo foi desferida por um repórter da NBC, Jay Jeno, ao falar da economia mundial: "Vai tão mal que muita gente agora fica atrás de Bush para recolher sapatos".

. Para a semiótica uma oportunidade de renovar pesquisas e verbetes em seus estudos: os sapatos - signo, símbolo e significado.

. E mais, muito mais...

Não se pode negar que o Arbusto tenha mudado o mundo, entretanto, a qualidade da sua contribuição não o recomenda. Talvez para fazer comercial de sapatos, mas ele não conseguirá se superar neste quesito.

O que mais ele poderia fazer além de usufruir a fortuna tornada pessoal sob o sol do Texas? Ele não fala bem, não tem o que dizer, mas é possível que seja cogitado para participar de um showzinho desses que proliferam na TV americana, no caso da Britney Spears estar incomunicavel ou outro convidado não possa comparecer. Teriam que estar todos descalços à volta e na platéia? Não, show ao vivo não poderia ser... Enquanto dou de beber às plantinhas aqui em casa, penso, com fé em Deus, que este é o fim definitivo do Arbusto.

25.12.08

Estrelas do mar



Lindo isso! ...









...Viajante!










Estrelas do mar são tão lindas quanto as do céu, tal como as vemos.
Dizia Trimegistro ou ao menos dizem que ele disse, em sua Tábula Esmeraldina...



"Em cima tal como é embaixo."


Tem coisas que é melhor não esmiuçar muito...




De que me serve saber que estrelas no céu não tem cinco pontas?




Coisa mais neurótica isso de ficar mexericando, dividindo por partes, examinando,
contando, nomeando...






Placa
madrepórica.
Madrepórica,
está escrito...

Canal circular... ou seja,
não tem início nem fim,
é viciado, vicioso, viciante...

Canal radial, tem alguma coisa a ver com raiz...

Pés ambulacrários... Aí chega! Não precisa avacalhar...


Sacanagem isso...







24.12.08

Quem é Baby?

Elas pareciam estar ali há bom tempo, colocando as novidades em dia. Falavam animadamente, riam. Não prestei atenção ao que diziam mas quando mudaram de tom, adotaram o inconfundível ar de fofoca e maledicência, eu, que sou só humana, me interessei. Estavamos muito próximas, mesas grudadas quase. Pareciam irmãs as três. Falavam sobre a Baby. João e Baby.


Procurei não dar bandeira mas, sem prejuízo da minha refeição, fiquei atenta a tudo que diziam, não nego. Foi isso mesmo. Um almoço lento, de no mínimo 50 mastigações por garfada, é preciso se fazer acompanhar de alguma distração. Não papo. Papo, não, que ninguém aguenta conversar esperando que o interlocutor acabe suas 50 mastigadas. De uns dias prá cá tenho almoçado sozinha para experimentar a disciplina aconselhada desde a Antiguidade. Ainda não vi resultado, mas se houver eu conto depois.
Colhi frases assim:
. É um biscuit! Mas que gênio!
. Ele tem orgulho de sair com ela, de exibi-la mesmo!... Como um troféu...
. Ela pode tudo! Poderosa!
. Ele trocou de carro por causa dela! E ainda disse que ela adorou! Vê se pode!
. Nem se importa de gastar uma fortuna com estética!Sempre cuidada, roupas e adereços caríssimos, unhas impecaveis! Jamais vi um único fio fora do lugar!
. Ele cismou com ela desde o primeiro desfile!... Enquanto ela não foi dele, ele não sossegou! Foi paixão à primeira vista!
. Ela não está errada de se aproveitar! O bobo é ele de embarcar em tanto capricho! Tinha que impor limites...
. Adoro o João, é o meu irmão querido, mas é duro ter que aguentar Baby!
. Eu não me conformo dele com aquela cachorra!

Pesou feio! Baixaram o nível e já estão enterrando definitivamente o respeito!, pensei.
De minha parte é inevitável: ouço uma coisa e a imagem vai se construindo.
Logo vi! Cunhada! Mulheres raramente aceitam as cunhadas... A Baby deve ser linda e loura, uma ex-miss, uma modelo, corpo escultural, profissão precocemente iniciada talvez a tenha tirado dos bancos escolares, uma show de mulher enquanto estas a meu lado, invejosas, não eram nada de espetacular, pessoas normais, nem feias nem bonitas, nem altas nem baixas, nem gordas nem magras, loucas para serem uma Baby na mão de um homem, que mulher muito fala em independência mas não é a maioria que se livrou da Cinderela cantando na torre...
Fiquei tentada a pedir sobremesa, mas resisti. Restaurante cheio, muito bate bandeja, falatório. A conta, por favor! As moças aproveitaram a proximidade do garçon e pediram a conta também.
A conversa sobre Baby continuava, mas eu já tinha perdido o interesse. Foi quando chegou João, escutei-as falando o nome dele. Viera buscar as irmãs. Apressava-as. Dizia que Baby ficara no carro e ele não queria demorar, que ela ficava nervosa...
Aí já é demais para uma curiosa e enxerida profissional. Baby estava no carro? Preciso ver Baby! Claro!
As moças se encaminharam ao caixa para apressar o pagamento. Fiz igual. Paguei a minha conta e muito naturalmente segui os quatro, João à frente, algo ansioso, pelo labirinto dos carros estacionados.

Até que, dentro de uma caminhonete alta, vidros suados...Lá estava a Baby! Invejosas ou não, as irmãs de João estavam quase inteiramente cobertas de razão! Não era uma cachorra. Era uma cadela e aguardava o dono com a ansiedade de uma poodle! Com os latidos insistentes, tão agudos e altissonantes quanto só uma poodle mimada consegue alcançar e um amante de poodle aguentar.
João achou de soltá-la para que se acalmasse. Eu fiquei de longe, como quem não quer nada, até que Baby parou de correr insanamente pelo jardim, tomou a água que João trouxera num cantil, cheirou a grama e fez xixi como qualquer canino normal.
Não resisti. Pedi licença ao João, que a concedeu de pronto, e tirei a foto abaixo.





23.12.08

Em setembro era assim...


No meio da estrada, quase cansada, trago o oceano dentro de mim.
Prepara-se, eu pressinto, uma onda nova. Não vai estourar na praia da minha infância. É para agitar as águas da vida inteira.

O mar ficou em mim, em todo lugar, como só as águas sabem chegar, para enfeitar meus sonhos, desacomodar meus medos e avivar a fé, ciclicamente, na constância do ritmo e movimento, na aparente semelhança das massas que alcançam a areia.

Em tudo e todos que evito ou abraço, por analogia ou estranhamento, são as águas que criam cenário, solução ou impasse. Não pesquei. Não catei conchas. Do mar nada roubei além do oceano imenso, na maneira agitada de enfrentar a tempestade; na mansidão que se segue, inesperada; na insistência, determinada, e na mudança brusca, impensada.

E as fotos, hein?...


Àqueles que acompanham Baby Blog devo satisfações. Não postei ainda as fotos dos trabalhos em tear porque estou emaranhada em fios diversos!

Pois é, tudo se confunde: fico eu aqui juntando idéias e fazendo essa colcha de retalhos, enquanto olho para os outros fios, os do tear, de soslaio.

Tenho essa mania de querer fazer tudo ao mesmo tempo. Saturno, lá de cima, sorri para mim e cochicha: uma coisa de cada vez.
Ao menos foi isso que eu escutei!...

Saturno em Virgem

Cada um tem seu mapinha astral e segue viagem utilizando melhor ou pior seus talentos e oportunidades, mas o mundo gira e o céu está aí para todos. Impossível esquecer isso.

A despeito de como ele o contempla e como você se dá com ele, Saturno continuará em Virgem durante quase todo o ano de 2009. (Some-se a isso a colocação precisa no seu mapa astral por signo, por casa, aspectos e demais considerações, mas isso é outro papo.)

Para identificar o terreno precisamos lembrar que Virgem fala do serviço, da produção de cada dia, da rotina diária, dos seu hábitos, de como você serve e se serve do seu corpo, dos seus talentos, das suas possibilidades e as devolve ao mundo em forma de contribuição. Enrolei? Não. É que tudo repousa/pulsa no toma lá dá cá. Tudo.

Saturno checa, audita, faz pensar e trabalhar um assunto em especial. Em Virgem vem nos forçando a encarar uma discussão interna e muitas vezes externa sobre como empregamos, como estamos nos saindo ao devolvermos em forma de contribuição os dons e aprendizados que desfrutamos. Isso inclui os cuidados com o corpo, a vontade de mantê-lo saudável, a adoção de uma regra alimentar, a consevação e melhoria do desempenho físico, uma rotina disciplinada, um trabalho bem realizado, seja ele qual for, em que suas necessidades sejam consideradas, seus dons sejam empregados e aperfeiçoados. Produtividade disciplinada. É por aí. É esse o dever de casa do momento. É no que estamos trabalhando e temos até outubro para aprender melhor.

Disciplina é palavra que sacode os alicerces de toda a nossa emoção. Lembra crescimento, provação e castigo - palavras de Saturno, Senhor do Tempo. Os conceitos astrológicos são muito amplos, mas quem não sabe que crescemos absorvendo disciplina e que na falta desta surge uma pedra no caminho com o nome ou a aparência, ou a sensação ou o efeito de castigo?

Então há algumas coisas que precisamos rever. Produtividade e eficiência. Empenho. Prazer em servir, em contribuir, em expressar nossos talentos e treinamentos.

Parte dessa reflexão diz respeito a eficiência e perfeccionismo. A eficiência é saudável; o perfeccionismo é doentio. O aperfeiçoamento é desejável, se vale da humildade, é alcançável e se traduz em eficiência a médio e longo prazos. O perfeccionismo é o indesejado, intolerante, imediatista, arrogante e por fim não realiza para não ser julgado.

Neste momento, longo, de Saturno em Virgem – desde setembro do ano passado, 2007, durante todo o ano de 2008 e até outubro de 2009, a frase lapidar do pai do Frei Beto se instala e se acomoda definitivamente na bagagem de quem se importa em aprender: "quem não vive para servir não serve para viver".

22.12.08

What a wonderful world...





Ao invés de se amofinar,


ficar pensando no desagradável,


no que você não pôde transformar,


no que não há como ser mudado...


Lembre-se que o seu mundinho é micro,


que o que você chama de "problema"


não tem o menor sentido visto do alto...


Preocupar-se é inútil.
Perder o sono é uma pena mesmo...
mas, já que perdeu...
aproveite para ver o que realmente importa:








Novo layout

Gostei mais dos lençóis brancos, onde posso me espalhar à vontade e entrar em acordo com os espaçamentos e parágrafos. Até quando?

Quanto mais aprendo, mais falta a conhecer.

Eu avisei que não me exigia originalidade!

Coerente, se possível, já me basta...


Não me sinto na obrigação de ser original, profunda ou genial.
Ser coerente já é um grande desafio.
Os atirados se sentem prudentes; os tímidos se fazem arrojados!
Todos querendo ficar bem na fita e cada vez se enrolando mais...
Seja nela, seja sozinho. Só para não ficarem sós.
Por isso me chamo Beaz. Que importa?




21.12.08

O em que faz a diferença...

Natal branco
Natal em branco, no banco, na rua...


Como se faz para acabar com isso?



20.12.08

Sapatada de al-Zeidi no arbusto




Tradutores eletrônicos inglês/português mostram o nome do ex-presidente dos EUA como Sr. Arbusto. Gosto disso. Passei a chama-lo assim, ainda que arbustos pertencentes à flora sejam do bem.

Sr. Arbusto é nome que o desqualifica geral - nem pertencente à flora, nem à fauna, muito menos à espécie animal humana. Nutre a esperança de que o Sr. Arbusto tenha a duração de uma tal variedade. Não é um Jequitibá, um Carvalho, um Pereira, muito menos um cajueiro ou um baobá. Isso me consola levemente e me irmana espiritualmente à Maitê Proença que também consegue ver a morte de certas pessoas como um alívio coletivo. (e os que não vêem a morte como um alívio, que acham isso muito desumano ficam, em sua elevada humanidade, engendrando punições, sevícias e vinganças que impõem muito maior sofrimento que a morte. Cai fora, hipocrisia!)

A sapatada inaugurada por al-Zeidi (e consequentes comemorações mundo afora) é o fato mais comentado em todos os noticiários. Um clérigo iraniano proclamou a intifada do sapato. O dono da fábrica do sapato usado no gesto de repúdio recebeu encomendas fabulosas e ineperadas do mesmo modelo. Manifestações descalças ou de empunhamento dos sapatos ganharam lugar, frequência e sentido.

Pés descalços sempre foram sinônimo de liberdade, mas não só. Indicam também pobreza ou primitivismo. Daqui pra frente, remeterão ao sr. Arbusto, fazendo com que todos se lembrem ou associem nitidamente o tanto que ele próprio lutou - se imolou mesmo - em prol da manutenção de níveis dramáticos de pobreza, da fome e da miséria no mundo.
Sinto-me chiquérrima descalça. Vou adotar. Singela homenagem a al-Zeidi, o Homem da Era, aquele que trocou os mísseis por sapatos para marcar posição!

É de tirar o chapéu

Cor do texto
Sempre é tempo de recomeçar! Talvez seja essa a lição mil vezes repetida e poucas vezes seguidas.

Como não sei ainda usar todos os recursos que o blog oferece transferi como pude do www.queridoleitor.zip.net , que é um must. Vá lá conferir!

Gilberto Dimenstein escolheu como personagem de 2008 a poeta Claire Feliz Regina que, aos 80 anos, aposentou-se como funcionária da Receita Federal e dedicou-se a escrever poemas sensuais e eróticos. Veja o vídeo.

Mindinho

Cor do texto
Ainda descobrirão mais à cerca do dedo mindinho.

"Dana Scarton Do 'New York Times'

O dedo mindinho, o humilde dedo número cinco da mão, há muito tempo é visto como um acessório decorativo, um dedinho para levantar delicadamente enquanto tomamos uma xícara de chá. O que perderíamos se não tivéssemos esse dedinho? "Você perderia facilmente 50% da força da sua mão", afirmou Laurie Rogers, terapeuta ocupacional e terapeuta de mão certificada do Hospital Nacional de Reabilitação em Washington. Ela explicou que apesar dos dedos indicadores e médios, junto com o polegar, funcionarem para pinçar e agarrar objetos – fechando zípers, abotoando botões – os dedos mínimos se juntam ao anelares para dar força à mão. "

O artigo continua. As pesquisas prosseguem. As perguntas se avolumam.

19.12.08

No início foi o Verbo

Cor do texto
E continua assim...
Quem iria atrás de uma conversa de cobra e uma maçã hoje em dia? Já uma maçã recheada trazida por uma estrela do mar é outra coisa.




É hoje!



É hoje! Sim, hoje é o dia!


Tenho que ir ao INSS, lembrei, logo de manhã. Hoje eu resolvo isso! Nem mais um adiamento!
Tomei um banho e fui, sem olhar para os lados. Lá chegando encontro na porta uma notícia: esta agência está fechada no dia de hoje devido à comemoração dos 155 anos de emancipação política do estad0.


Não entendi nada. O órgão não é Federal? Pode isso?


Já que estava no Centro fui procurar uma livraria especializada em astrologia. Só tinha metade do endereço: a rua, que é melhor do que só saber o número. Enquanto caminhava em busca da loja passei por um restaurante de comida japa da melhor qualidade. Já estava aberto mas era cedo para almoçar. Continuei. Não encontrava a loja nem ninguém que pudesse me orientar. Voltei ao restaurante, a essa altura já me arrastando sob o sol quente. Havia uma fila enorme na porta. Quis voltar para casa. Precisei andar um tanto. O sapato me machucou. A fome cresceu. A infelicidade tomou conta.
Já dá raiva ter que ir ao Inss, encontra-lo fechado por um feriado que não lhe diz respeito, não encontrar nem a livraria nem uma alma caridosa e leitora, que se importe, que note livrarias, encontrar fila em restaurante irresistível, fora o sapato, o sol, a fome... Posso até fazer a limonada, mas vai faltar açucar. Lua em Quarto Minguante. Deve ser isso!


Durante o périplo, enquanto a fome não me roubava a lucidez, observei que as calçadas e algumas lojas estavam bem mais movimentadas que de hábito. O que me chamou muito à atenção foi que o trânsito de sacolas era ínfimo, indigno de nota. Este é um mistério a ser analisado. Todo mundo comprando jóias e mantendo-as escondidas por prudência? Vão bombar as compras através da rede ou será que mandam entregar tudo ao Papai Noel para que ele faça a solene destinação pessoalmente?


Passadas as festas o resultado das pesquisas proclamará o incremento das vendas e a notícia: nunca houve na história deste país Natal melhor para o comércio. Todo ano a mesma coisa.


Isso me faz sentir que só eu estou fora do jogo. Não chego a me sentir mal mas também não acredito não.







18.12.08

Criar Blog não é fácil não...


Muito complicado isso aqui.

Primeiro eu não conseguia colocar espaços simples; depois não conseguia duplicá-los. Agora nem parágrafos consigo separar. Fora os apetrechos que ainda não sei usar e que são muitos...

Só não desisto em respeito aos prezados leitores, por causa do número assombroso de comentários, da avalanche de e-mails que recebo sobre o blog e dos pedidos para que ele não abandone a rede face à contribuição que presta à comunidade!!!

Preciso aprender muita coisa para afinal gerenciar este espaço. Vejo que Baby Blog estaria mais confortavel recebendo ajuda especializada. Eu, como mãe, venho machucando-o muito. Entretanto, Baby Blog, como todos os filhos do mundo, sabe que mãe é assim mesmo. Tenta consertar e fere fundo. Depois recorre aos especialistas.

Beijos a todos.


17.12.08

Stand by me

Sem comentários.

Festa de Arrôto




De todas as Festas de Arrôto (com acento porque deste não abro mão) o Natal é a mais patética. A começar pelas árvores nevadas, os Papai Noéis gordos e magros, encasacados sob o devastador sol de verão, as renas que não temos e que, vira e mexe, chamamos de veados e toda a parafernália surreal. A mesa exótica é só um detalhe. Pena dos perus, porcos e chesters! Que venha o sal de frutas, redentor de quase todos os excessos! E o engov, é claro.

Eu queria conhecer uma única pessoa que, sem ser comerciante, goste de Natal. Agora, generalizando, comerciantes incluídos: que se sinta confortável durante as comemorações, que se sinta minimamente feliz. Pela via material: que fique satisfeito do monte de dinheiro que gasta com os acepipes importados e com os presentes que precisa comprar, das filas e engarrafamentos aos quais é submetido, sem falar nas porcarias que ganha e com as quais não tem idéia do que fazer. Quem tem família grande se esgarça para cumprir todos os papéis; quem tem família pequena se arrasta em depressão aguda. Aos que não tem família nenhuma resta apenas planejar a melhor forma de suicídio, precisando, contudo, adiar um pouco a realização do plano porque durante os feriados ninguém vai nem notar.

Para gostar de Natal é preciso ser criança que nada compra e tudo ganha (porque as que não ganham sofrem amargamente) e brincar de fingir que acredita em Papai Noel. Crianças são boas nisso. Praticam o fingimento descarado e nesta época vão além: consolidam a noção de que quanto maior a desfaçatez maior o lucro.

Impossível uma criança de inteligência apenas normal acreditar em Papai Noel. Se seu filho ou seu neto ainda fingem acreditar nele, cuidado! Você pode estar criando um futuro político, um marketeiro, um advogado, um vendedor de seguros, talvez até um médico! Toda atenção é pouca!

Tradição. Esta é a palavra chave que dizem justificar a encenação, para o benefício de poucos e sofrimento da maioria. Então me expliquem porque os antenadinhos de plantão, os anticonvencionais do ano inteiro embarcam nesse tsunami natalino! Até judeus trocam presentes agora!

Quero dizer a todos que neste Natal eu continuo impávida, radical e preguiçosa para sair do radicalismo! Não mando cartões, não os respondo, não troco presentes e desejo a todos o mesmo que desejo todos os dias da minha vida. E gosto de lembrar que o ano astrológico começa em Áries, que nada se resolve mesmo entre meados dezembro e meados de março e que a culpa não é do natal, do reveillon nem do carnaval em si.

Isto posto, Feliz Natal, se possível, a todos! E feliz hoje, amanhã e sempre.

Sou da Paz, mas nem sempre

O que eu mais queria?
Ter uma fábrica de sapatos.
De salto fininho...
De bico fura-olho...


Vai dizer que você não???

16.12.08

Cabelos são fios. Há quem os teça.

A enquete da semana se refere ao
estilo Bob Marley de penteado tecido.



Falam comigo, logo, existo!



Baby blog está em êxtase com o primeiro comentário que recebe.

Agradece e fica todo prosa.

Responde:

É próprio do Sol dizer que ignora a Lua, ainda que a sustente no firmamento e lhe dê luz. Já a Lua, que desaparece sem o Sol, é profundamente reconhecida porém um pouco invejosa. No fundo, a Lua queria ser mais Sol.
Este baby blog se sente absolutamente encantado ao se enfeitar com a poesia de Roseana Murray. Deixa um aperitivo e aconselha o gosto de visita-la em http://www.roseanamurray.com.br/ . Isso basta para ter vontade de ler tudo.
Tear
Com fios de pensamento
se tece o mundo,
se costuram pedaços
rasgados
de vida,
nesse tear estranho
que só o homem possui:
tear de sonhos.

E outro...


Cor do textoFadas e Bruxas
Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.

in Pêra, Uva ou Maçã, ed. Scipione, 2005

15.12.08

Toda bruxa tece



Cá para nós: nem todo mundo que tece é bruxa mas, se é bruxa, pode contar que tece.

Isso vale para homens também. Entretanto, homens não são a minha especialidade, confesso. Me atraem seres lunares, complexos, misteriosos, quase indecifráveis. Os homens me parecem, em sua massacrante maioria, desinteressantes. Abusam dos atributos solares e acham isso bonito. Alegam não entenderem as mulheres. Então, tá. Também não os compreendo. Os motivos são diferentes, mas acaba dando no mesmo.

Para quem entende ou não de tessituras, vou contar um pouco das minhas. Desde que me entendo por gente me cercam fios e laços. Há quem não ligue para isso. Para mim todos foram e continuam sendo muito importantes. Tão logo percebo um fio vou eu lá encontrar o sentido, desenrolá-lo, buscar sua melhor aplicação e possibilidades. Essa mania por vezes prejudicou o meu próprio desempenho mas facilitou o aprendizado. Hoje gosto de todos eles: os que mantenho, com maior ou menor destaque, assim como os que precisei cortar. Uns corto e pronto. Chega! Outros são cortados por prudência, para melhor aproveitamento em momento mais oportuno.

Quando inicio uma peça não sei como vai parecer ao final. Tenho prazer em testar cores e texturas. Mistura-las, entretecê-las. Sempre uma surpresa quando as retiro do tear. Há vezes que sei para quem as criei. Outras não. Nem ligo: o objeto procura o dono, dizem e repetem os antigos. Para facilitar o caminho das peças aqui as mostro. Se você for o dono ou a dona poderá mais facilmente encontrá-la.

Para assinar minhas peças em tear encontrei um nome bem explicativo para os menos avisados: Bruxa Kitéss. Fácil,não? Para ficar ainda mais chique usei acento e uma letra de alfabeto estrangeiro, mas fui derrotada pela recente inclusão do K no nosso alfabeto. Acho letras dobradas o máximo da elegância. Dobrei os esses. Por enquanto assino assim. Depois resolvo se coloco um sobrenome com ipsilones e dabliús, ou se mudo tudo. O bom de ser bruxa é que a gente dá a forma que bem entende.

Converse comigo!
Hoje ainda não tem fotos. Haverá em breve.

Beijos da

Bruxa Kitéss

A urdidura





Oi, gente,



Cá estou, iniciando o blog.

Vou montando, amarrando os fios com cuidado,

prendendo-os como posso, aprendendo devagar.

Apareçam! Conto com a visita e participação de

vocês!


Beijoca,

Kitéss